Devagarinho é que a gente chega lá

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01 de Outubro de 2014

Quando eu era Au Pair, em 2007, eu sinceramente não me via ficando nos EUA para sempre. Apesar de não querer deixar tudo o que construí lá, só conseguia me ver voltando. Deve ser porque eu ainda tinha faculdade parar terminar (na verdade, praticamente começar, só tinha feito um ano e faltavam 4), era muito nova, e sempre tive uma certeza: se um dia eu sair do meu conforto para tentar alguma coisa, o mínimo que eu tenho que ter é uma formação aqui, pois se tudo der errado, eu volto pra cá e sou alguma coisa. (Ir para fazer faculdade é outra história, pelos motivos óbvios, mas não seria meu caso). 

Não deu um ano que voltei pro Brasil e minha certeza era que eu precisava morar fora de novo!


Acontece que tive uma volta levemente traumática. Além de eu ter sofrido como nunca sofri na vida pra me despedidir da minha vida de Au Pair e das minhas nenês maravilhosas, precisei passar duas semanas com "A Usurpadora", a nova Au Pair da casa, que também era brasileira. Fiquei com um ciúme enorme da menina (e acho que vice-versa), o que é natural, mas por algum motivo pesou bastante pra mim. Não era nada pessoal com ela, que era um amor e cuidou maravilhosamente das gêmeas, mas era a situação! Enfim, não foi fácil, mas foi apenas mais uma lição! Hoje com certeza lidaria com tudo de uma outra forma. E outro "trauma" foi que voltei perdendo duas semanas de aula da faculdade, num dos semestres mais pesados do meu curso e tive que correr atrás do prejuízo e, pra completar, ainda sem amigos! 



Enfim.. A vida seguiu, fiz amigos novos, namorei, me formei, trabalhei e até me acostumei com a vida de volta, mas sempre sentindo muita falta de tudo! 


Depois vi algumas amigas indo ser Au Pair e, em 2012, minha prima entrou no processo e eu me empenhei em ajudá-la no que precisasse. Foi aí que eu entrei nesse mundo novamente, e isso começou justamente com blogs, onde peguei bastante dica para ajudá-la e até hoje, de tempo em tempo, eu fico fuçando em alguns deles.


Se eu já pensei em ir de novo?? Sim! Claro! Quem não quer sentir de novo aqueles feelings de todo o processo?? Mas eu iria somente se pegasse uma família bacana e que me desse oportunidade/tempo de estudar na minha área, sabe né? Aquela raridade haha Mas afinal, é uma forma barata de ir! A idéia saiu da cabeça, e como contei no post anterior, foi ano passado que a idéia voltou de vez, mas dessa vez era a de viajar e focar simplesmente na minha carreira: arquitetura.


Como já citei antes, a decisão de ir morar fora, nem que por apenas 1 ano (sim, pra mim um ano é "apenas"), não é uma decisão que é tomada de uma hora para outra. 

Além do medo, mesmo sabendo que é isso que eu queria, eu sempre ia colocando esses planos no futuro. É que é uma decisão tão grande que é estranho pensar que chegou a hora de fazer acontecer.

Sempre que encontrei minha host-family de novo, o A. (ex-host) pergunta quando eu vou voltar pra lá e, há um ano, na última visita que fiz pra eles, ele perguntou isso algumas vezes, disse que se for ali em São Francisco, onde eles moram, meu quarto ainda está lá, e que ele me ajudaria no que precisasse. Então chegou o dia e decidi começar aos poucos ir atrás de um estágio nos EUA, sem nem idéia de data para ir.


No começo desse ano mandei e-mail pro A. falando da minha decisão e perguntei se ele conhecia alguém pra indicar (ele trabalha com real state, então tem seus contatos). Ele já logo me indicou alguns amigos que poderiam me ajudar e me indicou pessoalmente para outros dois.


Enviei um e-mail também para um professor de um curso de extensão que fiz na UC Berkeley, em 2007. Ele é um baita arquiteto, e pra ele só contei a minha idéia e perguntei o que ele achava, como tava o mercado nos EUA e tal. Resumindo, ele respondeu que seria difícil eu conseguir algo, pois já tenho a desvantagem de não ser americana. Bom, ok! Vlw Flws! Haha


Resolvi então pesquisar sobre visto, para já ter essa resposta quando eu entrasse em contato, e isso é algo que seria perguntando com certeza. Vou resumir, mas foi uma semana frustrante pesquisando sobre isso, cheguei a pensar que não teria forma de ir. O visto de trabalho é muito complicado e ainda li que tem cota anual, e a desse ano já era. O visto de estágio precisa provar que não existe no Brasil o treinamento que teria nos EUA e bom, em SP acho que consigo qualquer treinamento. E demorou uma semana pra moça da STB finalmente achar um programa de intercâmbio que eu me encaixasse, pois assim poderia tirar um visto de intercambista, que é o J1. Enfim, achamos o programa e pronto! Era "só" achar um estágio!


Acho que isso foi lá pra fevereiro, mas foi apenas em maio que resolvi entrar em contato com as indicações do A., pois eles já tinham dito que adorariam me ajudar. 


Um deles era o P., que tem escritório em Berkeley. Não lembro se ele é arquiteto, mas o escritório dele trabalha com "micro apartamentos" para estudantes. Muito bacana! Aí ele disse que queria me ajudar, mas já tinha arranjando um estagiário para o próximo summer (essa mania de americano de ter atividades especiais no verão) e iria ver se alguém mais no escritório precisava. Respondi que na verdade estava procurando um estágio de longa duração, e ele nunca mais respondeu! Haha Apesar de que fiquei de mandar meu portifólio pra ele e nunca mandei, pois demorei pra fazer. Enfim..


O outro que contatei é o J., de Chicago, real state que nem o A., e disse que queria me indicar para um escritório em Chicago, que também tem um escritório em São Paulo. Então mandei o e-mail me apresentando e, nem eu acredito ainda, mas ele coincidentemente estava no Brasil naquela exata semana! Juro! E então sugeriu de irmos tomar um café um dia! E como americano é aquela coisa prática toda, combinamos um dia e horário e lá fomos nós!


Como foi o encontro e no que deu ficará para o próximo post :P


XO





3 comentários:

  1. Bem legal ler sobre uma história que eu vi de perto. Espero a continuação!

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  2. Olá Paty, tudo bem?

    Poxa, adorei seu post e sua história, muito bacana!!!!!

    Estou no processo para ser Au pair e estou conversando com uma família de Orinda...

    Poxa eles são ótimos mas não disponibilizam carro para a Au pair, gostaria de saber de vc que já morou lá a cidade é boa?

    A rua onde eles moram é "Estabueno" e tem que pegar um ônibus para chegar ao BART, você acha que dá pra encarar? rsrs

    Desculpe ser tão "entrona" assim, mas nessa vida de au pair aprendemos a ter coragem e não desistir por qualquer coisa rsrs

    Gostei muito da família mas estou preocupada com isso!

    Help me please =)

    Beijos e muito sucesso pra vc!

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